{R/C} Hall De Entrada

Hades já deveria estar a chegar e, tinha-me sido informado, que deveria preparar um quarto de hóspedes pois iríamos ter a visita de uma outra deusa. Perséfone, Deusa da Primavera.
Nunca tinha visto outro deus a visitar Hades desde que ali estava, era agradável poder pensar que ele poderia ter visitas e socializar. Ele precisava.

Acompanhei Perséfone e a rapariga até à entrada, mal cheguei, já Moritz aguardava-nos lá.
Saudei-o e olhei para Perséfone.
- Bem-vinda ao Castelo de Hades. - Acho que era a segunda vez que o dizia, mas desta vez era mais eficaz, estávamos realmente dentro dele. - Este é Moritz e vai ajudar-te a orientar no castelo.

Segui-o até à entrada e não conseguia desviar o olhar do que me rodeava. Porém, mal entramos no castelo, parei, olhando para tudo, maravilhada. Era magnifico! As paredes eram brancas com detalhes dourados e enormes candelabros iluminavam o lugar. Eu pensei que aquilo seria tudo gótico e negro, mas era exatamente o oposto. Era um lugar de luz.
- É branco... - Sussurrei, ainda estupefacta. Talvez aquele branco representasse a luzinha ao fundo do túnel... 
Depois de uns minutos a parecer um palhaço ou uma criança numa loja de gomas, reparei no rapaz que ele apresentou e sorri.
- Prazer conhecê-lo. - Disse, fazendo uma vénia.

Ela parecia ter ficado encantada com o lugar e isso, tinha de admitir, agradou-me bastante. tinha trabalhado muito ao longo dos séculos para que o meu castelo fosse tudo o que eu queria que fosse.
- Branco, como a paz na morte. - Completei as suas palavras.

Ouvi as suas palavras e sorri.
- Sim, isso. - Disse, encantada. - É uma boa analogia. Adorei o castelo! Estou ansiosa por conhecê-lo mais.

- Terás a oportunidade de ver mais hoje ao jantar. - Disse quase como uma certeza, mas depois olhei para ela com alguma incerteza. - Se desejares jantar comigo, claro.

Sorri-lhe.
- Seria um prazer, Hades. - Disse com amabilidade.

Houve qualquer coisa dentro de mim que ficou agradado com a sua resposta.
- Vê-mo-nos mais tarde, então. Dar-te-ei o tempo que precisares para te recompores e depois disso, poderás chamar o Moritz que ele guiar-te-á pelo castelo até à sala de jantar.

Anui.
- Basta apenas chamar? Tipo dizer o nome alto que ele ouve em qualquer lugar do palácio?

Assenti com a cabeça.
- Sim, mas não é preciso griitar, apenas dizer o nome como quem chama.

Abri a boca, fascinada. Estas "tecnologias" eram fantásticas!
- Compreendi!

A deusa não era nada como eu já tinha visto por ali, era diferente da atmosfera que Hades irradiava, era uma coisa boa e serena. Quase parecia uma mãe, não pelo aspecto, mas pela aura protectora que aprecia emitir.
- Prazer. - Disse com um sorriso siples quando ela se dirigiu a mim e fiquei a aguardar por instruções até que me pareceu adequado. - Se me permitir, então, irei elvá-la até ao seu quarto e a menina também. - Olhei para a rapariga que ali estava.

Sorri.
- Obrigada! - Exclamei com simpatia. - Oh! Já agora, esta é a Melody. - Disse ligeiramente atrapalhada, quando me apercebi que ainda não a tinha apresentado.

Bastou olhar para o lado para me perder logo no meio daquele sitio estranho. Para minha sorte, encontrei o sitio aonde estavam e com cuidado enfiei-me ali no meio. Ninguém me devia ter visto.
Apos as palavras de Perséfone acenei ao rapazolas e permaneci calada.

- Prazer Melody. - Sorri-lhe de forma simpática. Parecia que tinha acabado de morrer e ainda se estava a ambientar ao lugar.

- Bem, nesse caso, irei tratar de uns assuntos do reino e depois ver-nos-emos ao jantar. - Assenei com um sorriso delicado e saí dali.
Não que fosse minha perfeita vontade, mas teria de ser.

Encerrado

Depois das apresentações feitas, o Hades despediu-se. Fiz uma vénia em despedida, mas uma parte de mim desejava que ele ficasse. Queria conhecê-lo!
Vasculhei a minha mente por aquilo que sabia sobre o Hades. Sabia que era o Deus dos Mortos e do Submundo. Supostamente tinha raptado a Perséfone, mas afinal era tudo treta.
Hades... Taciturno, rígido, melancólico, anti-social e, como se diria no mundo humano, secante. - Disse a voz na minha mente.
Oh! Cala-te! - Reclamei mentalmente, de volta, tentando bloquear a minha mente daquilo.
Claro que ele parecia anti-social e enferrujado quanto à socialização e convivência, mas isso não implica que seja secante. Ele parecia ser bem interessante... E eu gostava de o conhecer. E o meu lado mais mulher gostava de o conhecer no seu todo. Mas deixei isso de lado. Há que ser decente!
Suspirei, tentando varrer aquilo da minha mente.
- Bem, que tal mostrar-nos os cantos à casa?

Fiz-lhe uma vénia adequada, em sinal de respeito e de que estava ali para a servir no que fosse preciso.
- Não tardará muito a ambientar-se ao castelo. - Referi. - Por favor, sigam-me. - Disse e segui pelos corredores.

Encerrado

Segui atrás dele.

Sai dali com eles.

*ENCERRADO*